Só uma ajudinha...

Ao lanche a D pediu ao pai que lhe enrolasse o crepe com doce de morango. O pai, para não o fazer por ela, tentou combinar:

- Eu enrolo um bocado e tu fazes o resto, está bem?

- O resto é: cortar e comer, cortar e comer.

Equívocos

No MacDonald's, havia uma televisão com imagens das câmaras de vigilância. A D olhou e disse:

- "Olha, está a dar a Casa dos Segredos."

Descobertas II

G: - "Tu sabias que mesmo que tu digas miau os gatos não te percebem?"

Descobertas I

D: - "O preto e o branco formam uma equipa porque são duas cores que não são muito cor."

Explica melhor...

- D, vai fazer a tua cama.

- Mas eu já tinha posto isto para cima.

- Ah, pois, foi a mamã que abriu para respirar.

- "Pacaso", há alguma coisa na cama que respira?

Então?

D esteve na sala a ver desenhos animados. Entrou no quarto.

- "Mamã, está a dar um «desanimado» chamado Kadjé Kadjé."

Depois confessou:

- "Quer dizer, não se chama assim, eu é que chamei."

E ainda completou:

- "Também não é bem um «desanimado»..."

De outro mundo

A pé, pelo Campo de Santa Clara, passamos por 3 brasileiros, um deles a falar bastante alto com uma pronúncia acentuada. Diz a D:

- Olha, mamã, estes senhores vieram de outro mundo.

- Não foi de outro mundo, D. São de outro país, do Brasil.

Ela assentiu.

Um pouco mais acima, já perto da Voz do Operário, passam por nós um grupo de italianos. Diz ela:

- Estes também são do Brasil.

A casa 1!!

Em finais de Julho G e D foram passar férias com os avós.

No início de Agosto voltámos a Lisboa. Ao passarmos de carro num bairro perto a D começou a reparar nos números por cima das portas dos prédios. E diz eufórica:

- "Olha, mamã, a casa 1!!"

E depois completa:

- "Quando estava de férias com a avó I já encontrei a casa 2, e a 4."

Hoje, muito pensativa, disse-me:

- "Sabes mamã, há várias casas com os mesmos números. Eu já vi duas casas 10 em sítios diferentes."

Bloqueadores de carros

Lógica do G: "Mamã, se os senhores não queriam que parasses aí o carro porque é que o prenderam? Agora é que não o consegues tirar mesmo!!"

Explicações astronómicas

O mano G explica:

- "D, sabes que quando é de noite nós estamos virados ao contrário?"

A sério?

Falávamos da Rua Sésamo, dos personagens, dos nomes. Disse-lhes que um dia conheci um rapaz chamado Gualter. Diz logo a D, muito pensativa:

- "Eu não sabia que Gualter era um nome a sério..."

Modos de pagamento

Em casa da avó I, é impossível aos putos saírem da mesa para o resto da casa sem passarem pela avó. Também é muito pouco provável que ela não lhes peça a "portagem" (que consiste apenas de um beijo). A brincadeira deles é sempre tentar ludibriá-la e escapar.

Hoje a D esperava que o mano passasse do lado onde ela própria está sentada à mesa e o avô disse:

- Também lhe vais pedir uma portagem?

- Sim. Mas a minha portagem não é beijinhos. É cartão... E moeda.

(I)lógicas

D desenha. Papá vai espreitar.

- O que é isso?

- É uma cabeça-coração. Foi a C que inventou.

- Tu podias inventar uma mão-coração. Não achas bem?

- (pausa) Isso não existe.

- "Olha, mamã, são os carros dos Ídolos!" (D)

Desabafos

Quando conduzo falo muito sozinha. Obviamente esqueço-me que os putos me ouvem e eles devem achar que estou a falar com eles. Isto causa alguns diálogos interessantes.

Após uma manobra estranhíssima de outro carro que veio em contra-mão na minha direcção para estacionar o carro ao meu lado, desabafei:

- Fogo! Há gajos que são estúpidos como uma porta!

Diz o G lá atrás:

- É verdade, mãe. As portas são mesmo estúpidas!

Dicionário

G
"levanto" - chão mais elevado

D
"terrão" - chão em terra batida
"raspos" - de raspão

Últimos mergulhos

Antes de sairmos do hotel ainda fomos dar uns mergulhos à piscina.

D: - "Consegui abrir a porta debaixo de água!"
Mamã: - "Mas não é para abrir a boca debaixo de água."
D: - "Não, a porta... Dos olhos. Esta." (aponta para a pálpebra)

Perspectivas

D está habituada a viver num bairro típico de Lisboa.

Fomos buscar uma amiga aqui:


Comentário:
- "Aqui as casas são todas iguais, não percebo porquê. Prédios tão grandes, com tantas janelas, não é preciso assim..."

Brincadeiras... Ou não.

Fomos passear e ela insistiu em levar a sua malinha com um telemóvel de brincar dentro. Já estava a ver que a miúda havia de descartar a mala para mim a qualquer altura. Lá aconteceu. Para que ela a levasse de novo, dei-lha e disse-lhe:

- "Vê lá a tua malinha que o teu telemóvel pode tocar."

- "Deixa-me lá desligar isto."

Amigos, amigos...

G: - "Pai, a avó deu-me dinheiro para levar para a colónia."
Pai: - "Ai foi? Quanto? Já estamos ricos?"
G: - "Estamos, não. O dinheiro é meu."

"Sabes, mamã? Isto tem um afia cá dentro!" (D)

Desportos

D: - "Olha, já estamos no campo de futebol."
Mamã: - "É de ténis, amor."
D: - "Então onde está o cesto?"

"Sabes, mamã, não gosto nada de carros com tatuagens." (G)

Novo amigo

Em plenas férias em casa dos avós, estes adoptaram um cachorrinho.

O G delirou com tudo: não via a hora de ir "comprar o cãozinho" (como ele dizia), quis ser ele a trazê-lo no carro e, já em casa, estavam inseparáveis.

Nessa noite não se deitou enquanto não me obrigou a preparar toda a roupa que teria de vestir no dia seguinte e, de manhã, percebi porquê. Logo que acordou vestiu-se, calçou-se e foi brincar com o amigo novo.

Entretanto a avó também acordou e passou-se o seguinte diálogo:

- Avóóó, o cãozinho vomitou.
- Está bem, G, já vou.
- Avóóó, o cãozinho está a comer o vomitado.
- ...
- Olha, avó, ele já aprendeu. Agora já está a mastigar melhor.

Vendedores do Zoo

"O senhor podia pôr um fato de macaco para vender gelados."

By G

Preços

G: - E depois dava para comprar um carro.

Mamã: - Mas um carro é muito dinheiro, amor.

G: Quanto, mamã? "Praí" 1000 euros?!?

Solidariedade

No outro dia fomos ao supermercado e, enquanto arrumávamos as compras na mala do carro, veio um senhor pedir "uma ajudinha". Para sorte do senhor até tinha colocado uma moeda no carro (costumo colocar uma ficha) e estava num dia "sim". Dei-lhe o carro para ele levar.

Como sempre, depois expliquei aos putos o que se tinha passado (para eles fazerem menos confabulações naquelas pequenas cabecinhas). Falei-lhe que, apesar de nós não termos muito dinheiro, havia pessoas que tinham ainda menos e que não conseguem comprar comida ou pagar uma casa. A D achou que dar-lhe uma moeda não era suficiente:

- "E depois levamos as pessoas que não têm casa para dormirem e viverem em nossa casa."

Menino ou menina?

O G aprendeu a fazer a distinção entre os animais que têm nomes específicos para cada sexo (como cavalo e égua) e os que não têm (elefante macho e elefante fêmea). Diz a D muito pensativa:

- "Também há bichos da seda que se chamam fêmea e macho."

Aceitação pelos pares

O papá deu à D um livro da Princesa Poppy, todo cor-de-rosa com letras brilhantes. A D pediu-me se o podia levar para o infantário no dia seguinte e explicou:

- "Porque depois vou mostrá-lo à AS e ela vai dizer: «Uaaaau!»"

Noutro dia quis levar umas cuequinhas que têm brilhantes nos desenhos e contou-me:

- "Mostrei as minhas cuecas à C e ela disse «Uaaaau!»"

Casamentos

Fomos recentemente ao casamento de um primo. Os putos adoram!

No sábado fomos a Belém e aproveitámos para visitar a catedral do Mosteiro dos Jerónimos. Diz o G:

- "Mamã, olha um casamento! Não nos convidaram."

Brincadeiras modernas

Diz o G para a D:

- "D, queres brincar à investigação criminal?"

Viva o Verão!

Dia de calor... O primeiro em que saímos os 3 de casa sem casacos. Diz o G logo pela manhã:

- "Mamã, gosto muito do cheiro do Verão!"

:) E eu também! E que bem cheirava o Verão esta manhã!

Manos...

Ontem parei o carro em frente ao palácio de São Bento. A D, o papá e a avó ficaram no carro enquanto o G e eu fomos a pé até um café onde havia uma festa de uma amiga dele.

Mal saímos do carro, subimos uma escadaria e ouvimos, na rua onde ficou o carro, o que seria uma mota em velocidade, a fazer raters, uma grande travagem e, por fim, um acidente. Como o carro tinha ficado próximo da curva, fiquei melindrada e comentei:

- "Isto foi mesmo um acidente. Espero que não tenha batido no nosso carro."

Diz o G:

- "Espero que a D não esteja ferida."

Barbies modernas

A Barbie da D já tem as cuequinhas desenhadas na própria boneca. As maminhas nem por isso...

D: - "Mamã, sabes? A Barbie não tem as maminhas à mostra."

Mamã: - "Ai não?"

D: - "Não. Aquilo é o «contra-maminhas»."

Mamã: - "O contra-maminhas? Quem te ensinou?"

D: - "Foi o mano."

Próteses

A D partiu a unha dela e está quase a cair. Estávamos a comentar o facto quando o G:

- "É como os dentes. Cai e depois nasce outra."

Explicámos que não era bem o mesmo porque os dentes só caíam uma vez. Ele resolveu:

- "Não faz mal. Depois põe-se um dente «abstracto»."

Materiais

D fez um desenho muito giro no infantário. Perguntei-lhe que materiais tinha usado:

- "Fiz com lápis de cera e com a caneta da start." (de acetato)

Teoria do facto consumado II

Ontem dei uns telemóveis antigos aos putos para brincarem.

À noite o pai apanhou o G a tentar abrir um deles.

Hoje de manhã disse-lhe que não o devia fazer porque as baterias são perigosas.

Ele andava com um daqueles que tem de se abrir para atender as chamadas. Disse-me:

G: - "Ah, mas este tenho de abrir para poder falar."

Mamã: - "Pois mas sabes que não é disso que estou a falar."

G: - "Sim, é abrir aqui atrás. Mas este quando se abre a bateria não sai."

Teoria do facto consumado

D: "Mamã, posso usar uma toalhita para brincar?"

Mamã: "Hmm... Para brincar a quê?"

D: "Na casinha. Com o Nenuco."

Mamã: "Podes, mas só uma."

D: "Eu só tirei uma."

Afiar lápis

D: "Mamã, vou afiar este lápis."

Mamã: "Está bem. Não vais fazer porcaria?"

D: (pausa) Vou. (outra pausa)... No caixote do lixo.

Claro! Que tolice a minha! Afiar faz SEMPRE porcaria. A questão é onde ela é feita!!

Passado um bocado vem ter comigo:

"Mamã, olha! Eu afio e o bico cresce."

Constatações da D III

"Eu acho que o Rei Zangão é namorado da madrasta."

Fim de tarde em Alenquer

Pôr do sol emoldurado por bolinhas de sabão...

Sou tão viciada em fazê-las como o G em apanhá-las...

Estava tão silencioso que descobrimos que fazem barulho ao rebentar...

Quem é que canta bem?

Segunda-feira logo pela manhã.

Mamã a cantar as músicas que vão passando no rádio do carro nos 5 minutos de casa ao infantário.

G: "Ó mamã, tu se fosses aos Ídolos passavas aquelas fases todas e ganhavas."

Começou bem a semana. :)

Constatações da D II

"Um beijinho na boca são mesmo dois beijinhos."

Pensamentos

Em viagem, em plena autoestrada:

- "Mamã, isto é redondo."

- "O quê, filhota?"

- "Este nosso mundo."

Vendaval

G: "Mamã, olha, as árvores estão a dizer adeus. Adeus, árvores!"

Chateia o mano...

É comum passarem as tardes de sábado e domingo a arranjarem razões para se chatearem um ao outro. Ontem o G finalmente arranjou um livro e pôs-se a ler. A pimpolhinha andava de um lado para o outro a "inventar". Passou na cozinha, o pai topou-a e propôs-lhe:

- "Olha, D, vamos pensar num brinquedo para brincares. Um assim que tenhas ganho no Natal..."

- "Hmmm, não me interessa nada. Vou ver o livro do mano... esse agrada-me bem!"

E bazou.

O pai foi atrás dela.

Via verde ou vermelha?

Entrámos num parque de estacionamento pago.

Eu, a pensar alto:

- "Hmm, não tem via verde..."
- "Mas tem via vermelha, mãe?"

Constatações da D I

"A língua é o guardanapo dos lábios."

Conversas de... cocó

D diz que quer fazer cocó e depois vai para a sanita e põe-se a conversar comigo e cocó... Nada! Hoje disse-lhe:

- "Deixa-te de conversas e pensa no cocó." - para ela se concentrar.

- "Já estou a pensar... se ele falasse."

Cabeça de vidro

Disse à D para ter cuidado com a cabeça. Resposta:

- "A cabeça por acaso é de vidro? Ah então... As coisas de vidro é que partem."

Eles crescem... e aparecem.

A D chama "círculo" ao "circo" desde há 2 anos, sensivelmente. Na altura do Natal teve esta conversa com o pai.

D: "Pai, o círculo foi muito giro."
Pai: "D, não é círculo, é circo. Círculo é uma coisa assim redondinha." (faz uma forma redonda com a mão)
D: "Eu sei, pai. É uma forma geométrica."

E continua a chamar "círculo" ao "circo".


No outro dia fomos visitar o Navio Escola Sagres.

Mãma: "Olha, G, aquilo serve para pôr os contentores dentro dos barcos."
G: "Eu sei, mãe, é uma grua."

Cenas de irmãos

Mãe a fazer jantar na cozinha, putos a chatearem-se na sala. Reclamei. Diz o G com cara de anjinho (acho que até lhe vi a auréola brilhar):

- "Eu estou a cantar e ela está só a reclamar comigo." - Olhei para a D.

- "Ele está a cantar que eu cheiro mal do cu."

Vida animal

D, nos seus pensamentos em voz alta:

- "Os pais das pombas são os pombos e as mães das pombas são as gaivotas."

G pergunta-lhe pelas andorinhas. Resposta pronta:

- "G, as andorinhas têm namorados só que não têm filhos."

Cuidado com as imitações II

Ao contrário da C, a D é mais fácil de contentar. Várias foram as ocasiões em que ela pediu uma coisa (às vezes bastante específica) mas ficou felicíssima com qualquer coisa parecida que lhe tenham oferecido.

Este Natal ela pediu uma "Barbie 3 Mosqueteiras". Não lha comprei. Por acaso, a avó dos meus sobrinhos que passou o Natal connosco deu-lhe uma Barbie, daquelas mais simples. A D viu-a e disse:

- "Uau! Mesmo a que eu queria!!" - e ficou radiante que o Pai Natal lhe tivesse dado a Barbie que ela pediu.

Hoje disse-me:

- "Sabes, mamã, a Barbie que eu ganhei não é a 3 Mosqueteiras. Eu vi uma e tinha uma coroa e a minha não tem."
- "Ai é?"
- "Sim. Mas não faz mal. Fica depois para os outros anos." - (ela faz anos logo a seguir ao Natal, falta um ano portanto). Depois continuou - "Ou então fazemos-lhe uma coroa, 'tá bem? Mas pintamos de cor-de-rosa."
- "Está bem, amor, fazemos uma coroa à tua Barbie."

Cuidado com as imitações I

Quando a minha prima mais nova, C, tinha a idade da D (uns 4 ou 5 anos) lembro-me de um Natal em que ela queria um guarda-fato da Barbie, todo em plástico cor-de-rosa e cheio de "rococós", que publicitavam na televisão. Na mesma altura, também publicitavam um guarda-fato feito em madeira real, para as meninas guardarem as roupinhas das suas bonecas. O comentário dela ao vê-lo foi:

- "Olha, o guarda-fato da Barbie pobre."

Lugar ao sol

No carro, dia frio, tecto panorâmico aberto, sol a entrar. Perguntei-lhes se estavam bem.

Diz o G: "Eu não estou tão bem como tu pensas. Estou só a levar com o sol na cara."

Diz a D: "Eu também."

Botânica

D noutro dos seus momentos de pensamento em voz alta:

- "As plantas morrem."

Deve ter percebido que a palavra não era bem aquela. Acrescentou:

- "Morrem... Ou desmaiam."

Televisão nova

Primeira pergunta do G sobre a nova televisão que ganhámos:

- "Quantos canais é que essa tem?"