Inexistência do Pai Natal

"O Pai Natal não existe. Alguns da nossa família não vêm ao Natal porque estão mascarados de Pai Natal. Depois vêm, dão-nos roupa e depois vão."

By miúdo de 11 anos num campo de férias de Natal

Multiculturalidade

- "Mamã, sabes? O C é da Natália! ... Se a sua casa é na Natália..."

Namoros...

Conversávamos sobre a Popota e eu referi o facto de ela poder namorar com o Moto Moto (o hipopótamo do Madagáscar 2) visto que a Glória, a hipopótama, decidiu namorar com a girafa. Diz a D:

- "A Glória acha que é namorada de uma girafa! Uma girafa é uma menina!!!"

E nós a pensar que o problema era serem de espécies diferentes.

À porta do infantário...

...estava uma criança com um capacete na mota e o pai a preparar-se para sair.

D - "Ó mãe, olha uma «quiança» numa mota."

Mamã - "Pois é."

D - "Deve ser a Catarina, a cara do pai é mesmo igual!"

Ir para a escola

O meu sobrinho G foi este ano para a primeira classe.

Quando chegou da escola, no primeiro dia, estava desapontado. Perguntaram-lhe porquê:

- "Ainda não consigo ler!"

No segundo dia, chegou de novo chateado. E agora?

- "A professora ainda não me deu um magalhães!"

Conversas tontas

Às vezes, começam os dois com as conversas mais parvas, onde quaisquer regras da língua, da lógica ou da coerência não se aplicam. Nestes momentos só falar importa, até que algo os faça voltar à Terra. Hoje numa dessas conversas, falavam de matar. A D voltou à Terra desta forma:

- "Nós sabemos matar. Só que sabes... Eu não sei matar tão bem."

D, no duche

"Mamã, é assim que se lavam as maminhas?"

Estereótipos de género

Na rua, pelo passeio, diz uma mãe a uma filha:

- "Ó amor, mas eu sou crescida e não tenho as unhas pintadas de vermelho!"

Pouco previsíveis

No início de Setembro, o G e a D decidiram ter cães imaginários.

O G arranjou um cão chamado Rolly com uma trela "daquelas que esticam e depois carregamos num botãozinho para ela parar."

A D tem uma cadela cor-de-rosa chamada Branca de Neve. (!!)

Ontem a ver a história do Capuchinho Vermelho, o narrador dizia: "Era uma vez uma menina que usava sempre um casaquinho vermelho e lhe chamavam Capuchinho Vermelho." Diz a D:

- "Claro! Haviam de lhe chamar Capuchinho Verde?"

Lanches saudáveis

Como trabalhei muitos anos com crianças em escolas, sempre me arrepiou a quantidade de porcarias dulcíssimas que os putos levam para comer ao lanche, e decidi que não me deixaria enganar pelos bolycaos e oreos em saquinhos tão práticos, prontos-a-pôr-na-mochila.

Em vez disso esforço-me por mandar-lhe pão com manteiga, mini-croissants com fiambre, bolachas tostadas. Sempre acompanhadas de leite c/ chocolate ou iogurte (raramente sumos). E tento variar ao máximo para que o puto não coma sempre as mesmas coisas.

Um dia tínhamos umas maçãs pequenitas cá em casa e decidi mandar-lhe uma (ele sempre adorou fruta!). Pensei: "Quando chegar à tarde vai dizer-me que gozaram com ele e para não mandar mais."

Quando chegou disse-me:

- "Mamã, gostei muito da maçã bebé que me mandaste. Amanhã tens de mandar duas porque a AM também quer comer uma."

Durante alguns dias mandei 2 maçãs para ele dar uma à AM.
Ontem decidi mandar-lhe uma tangerina. Resultado:

- "Mamã, a tangerina que mandaste era mágica. O TP deu-me 2 pedaços enormes de bolycao por 2 gomos de tangerina e o MA deu-me uma bolacha com recheio branco!"

Conclusão: Todas as mães deviam mandar uma frutinha de vez em quando.

Descobertas

Temos um quadro daqueles magnéticos branco (escreve-se com canetas) de um lado e negro do outro (onde se escreve com giz).

Por razões de mera limpeza (já basta a desarrumação!!) nunca os pus a escrever com o giz. Durante o fim-de-semana, virei o quadro e desenhei uma boneca a giz.

Hoje de manhã cheguei à sala e diz-me a D:

- "Olha, mamã, vês esta menina? Sou eu. Sabes uma coisa? O meu dedo consegue apagar este desenho. O meu dedo! Não é giro?"

D e os outros...

- "Mamã, o P bateu-me."

- "D, não podes deixar o P bater-te. Tens de o pôr na ordem!"

- "E onde é que é a ordem?"

G a constatar factos

"Existem 2 tipos de campos:
o Campo Grande e o Campo Pequeno!"

Porta que faz barulho

- "Ah, uma porta que arrota! ihihihih"
(D faz aquele risinho com mão na boca que só as crianças sabem fazer...)

Legislativas

Fomos votar.

Como sempre, fazemos a conversa do "em quem é que vais votar?".

O G, para espanto nosso, sabia exactamente que a escolha era entre o José Sócrates e a Manuela Ferreira Leite e escolheu o primeiro justificando que a segunda "já é velhinha".

A D disse-nos que "ìa lutar com o Zé Ocras."

Às vezes, não sei se me rio, se o esgano!

De manhã é habitual eu andar stressada para conseguir fazer as coisas a horas e o G, com a maior calma do mundo, ainda ignora coisas que lhe digo (ou mando fazer).

Hoje, depois de já lhe ter dito para se despachar, para se calçar, fazer a cama, etc. apanhei-o na sala ainda descalço, com a cama por fazer e o pijama ali ao lado. Disse-lhe:

- "Ó G, vai-te calçar. Leva já o pijama e, aproveita, faz a cama!"

O gajo pega no pijama e, enquanto passa por mim, diz:

- "Bela rima."

Um mundo onde tudo é possível!

A D tem uma visão engraçada do mundo.

Ela acha que, da mesma forma que nós lhe dizemos "quando fores grande", é possível dizer-se (e ela diz várias vezes) "quando fores..." outra coisa qualquer.

Já me aconselhou muitas:

- Quando fores pequena podes andar nos baloiços comigo.
- Quando eu for uma mamã e tu fores a minha filha...
- Quando eu for um menino também faço xixi de pé (felizmente a única coisa que ela atribui exclusivamente aos meninos, embora ela também já o tenha feito!).

E é lindo constatar que, para ela, o mundo não tem quaisquer limitações!!

"Fogo,

...esta miúda deve ser feia nos olhos e no nariz, para tapar essa parte."
G

Arrepios

Mamã: - "Vou-te fazer um arrepio. Sabes o que é um arrepio?"
G: - "Sei."
Mamã: - "Sente-se um friozinho e os pêlos dos braços ficam em pé."
G: "Pois. E sinto risquinhos na cabeça."
Mamã: - "Risquinhos?"
G: - "Sim, risquinhos a andar na cabeça... quando me arrepio."

Bomba... Qual?

O avô B disse ao G que comprou uma bomba para esvaziar a água da piscina.

Observação do puto:

- "Espero que não expluda."

Calma...

A avó mandou-me ir descascar os ovos. Os putos ajudaram-na a chamar-me.

Vêm os dois ter comigo e o G diz:

- "Mamã, vem lá rápido!"

Diz a D com imensa calma:

-"Não é rápido que aquilo não foge!"

Âncoras

Fomos à praia e estava lá uma grande âncora. O G reconheceu-a e nomeou-a. Perguntei-lhe:

- "Sabes para que servem as âncoras?"
- "Sei, é para os barcos de madeira pararem. Atiram as âncoras e, como elas são muito pesadas, eles param."
- "E os outros barcos?"
- "Os barcos de ferro não precisam, são automáticos. Deve ser com um botão, ou isso..."

Pela Baixa a passear...

Papá: - "Olha, um leitão assado com óculos!"

G: - "E com uma maçã na boca."

D: - "E com nariz de porco!"

A melhor prenda deste aniversário...

...foi a redescoberta do famoso Cão Castanho, desaparecido em combate há precisamente dois anos.

Hoje...

G vem ter comigo a mostrar-me qualquer coisa que ele (obviamente) já sabia fazer.

A D ficou pasmada a olhar para ele. Disse:

- Ó mano, tu tás mesmo muito quechido.

"Mamã, se vires por aí um caranguejo dizes-lhe que eu já fiz a sua casa?"

Pai Natal... da barba.

Os putos sempre brincaram ao Pai Natal quando apanham o papá a fazer a barba. Ontem a D fez esta conversa:

- Olá, Pai Natal, dás-me uma prenda?
- Portaste-te bem?
- Sim.
- E comeste a sopa toda?
- Sim.
- Então e o que é que tu queres?
- Um bebé.
- Grande ou pequeno?
- Grande.
- Então toma lá.

A D recebeu a sua prenda e ficou. Depois disse:

- Eu tenho um mano.
- E o teu mano também quer uma prenda?
- Sim.
- E o que é que ele quer?
- Um carro.
- Grande ou pequeno.
- Grande.
- De que cor?
- Cor-de-laranja.
- Então toma lá.

A D saíu da casa-de-banho a gritar para o mano que tinham ganho prendas. Passado dois minutos volta. E faz um terceiro diálogo:

- Pai Natal, o mano quer uma prenda para os dois.
- Para os dois?
- Sim.
- E o que é?
D pára. Esqueceu-se. Grita:
- G!! O que é que é?
G grita qualquer coisa lá de fora.
- Ah, é isso! Uns óti-cótis.

O Pai Natal deu-lhe os walky-talkies e ela saiu feliz para ir mostrar ao mano.

Amores... e desamores...

Hoje fui buscar a D ao infantário e o diálogo foi mais ou menos assim:

- Sabes, mamã, o C quer ser o meu amor mas eu não quero.
- Não queres? Porquê?
- Porque eu já tenho um amor. É o nosso mano!
- Mas o mano pode ser um amor na mesma. Podes ter um mano amor, uma mamã amor, um papá amor e um namorado amor.
- Mas eu só tenho UM amor!!

E depois continuou:

- Na sesta ele estava ao pé de mim e disse assim: «Tu és o meu amor.» e eu «Não, não!».

Ambientalismos

Avô B prepara-se para ir cortar umas silvas.

Avô B inicia a sua árdua tarefa.

G comenta com ar reprovador:

- "Ó avô, não me digas que estás a matar a natureza!"

Encontro com a avó

Avó I: - "Ó D, a avó tinha tantas saudades tuas!"

D: - "Se tinhas também podias ter ido à minha casa!"

Sestas

D de férias na casa da avó L. Hora da sesta. Tudo a dormir em frente à televisão.

Avó L acorda e vê a D acordada. Pergunta-lhe:

- Então, D, não dormiste?
- Não. Está muito barulho.
- A avó estava a ressonar muito alto, era?
- Não, não era muito alto. Mas nem conseguia ouvir a televisão.

Sinceridade...

No avião para Tenerife. Decolámos, aquela sensação de subida, alguma trepidação, acalmou...

Passado algum tempo, não muito, o avião começa com alguma turbulência. Diz uma voz em espanhol que deveríamos sentar-nos e apertar os cintos de segurança que estávamos a atravessar uma zona com turbulência. Ouve-se em voz alta uma criança a desabafar o que ìa na alma de muitos adultos:

- "Espero é que isto não tenha nenhum acidente!"

G e o pai

- "G, aproveita para fazeres isso agora."

- "Não me apetece. Faço amanhã."

- "E amanhã não te vais esquecer?"

- "Não, porque tu me vais lembrar."

Mamã, noutra manhã levas-me áquele castelo?

Logo pela manhã...

G acordou e foi à casa de banho. Quando voltou ao quarto diz:

- "A minha pila está grande mas eu não estou apaixonado... Não era só quando se estava apaixonado?"

- "Ai está?"

- "Ah, já ficou pequenina! Ainda bem."

D com 3 papelinhos na mão

- "Olha, mamã, parece os meus anos!"

Não percebi...

- "Não vês? Um, dois, tês!!"

A D fez xixi!!

Domingo de manhã. D no quarto. G na casa de banho.

O G começa a gritar:

- "Mãe, a D fez xixi!"

Pensei "olha, se fez, está feito". Fui lá. Passei por ele na casa de banho. Cheguei ao quarto.

Estava a D... no bacio!!!

A brincar com o Action Man

Estavam os dois putos na sala a brincar com o Action Man.

E o mano a ensinar a pequenita:

- "Olha, agora temos de lhe tirar a camisola."

E eu ouvi e perguntei porquê.

- "Então não sabes, mãe? Quando os homens tiram a roupa, ficam mais fortes."

"Mamã, olha um caixote do lixo cenoura!"

A melhor prenda do mundo

Sempre critiquei os pais que dizem: "Vou ter só um filho para lhe poder dar tudo." Sempre defendi que estes não lhe dão a melhor coisa que alguma vez lhe poderiam dar: um irmão ou irmã!

Em termos de desenvolvimento, os irmãos são os melhores promotores do desenvolvimento uns dos outros. Em termos relacionais, não há relação com maior índice de companheirismo e cumplicidade. Em termos sociais, os irmãos permitem-se explorar os ambientes e situações duma forma mais segura e confiante, só por terem a certeza de o fazerem em conjunto.

Hoje, depois de apanhar a D no infantário, dirigi-me para a escola do G. Ela perguntou onde íamos (nem sei porquê, vamos sempre). Disse-lhe. Ela respondeu:

- "Eu adoro o mano!" - e acrescentou: - "Puque ele é sempe meu amigo!"

Na casa de banho das senhoras... Felizmente!

- Ó mamã, ainda bem que tóxeste as tuas faldas!
- Pois foi.
- São giras, tem florzinhas!

Alcunhas e diminutivos

Nunca gostei muito de alcunhas e diminutivos generalizados ou banalizados, sem que definissem uma relação especial entre as pessoas que chamam e são chamadas...

Quando escolhemos o nome do G, toda a gente à nossa volta começou logo a arranjar alcunhas e diminutivos para chamar ao puto e eu sempre travei isso.

No outro dia, na Graça, ao voltarmos para o carro, o G passa por um puto mais velho. Dão um "high 5" e o outro puto diz-lhe qualquer coisa que não percebi. O G diz-me:

- "É o B. - o rapaz do par congénere das marchas, o do arco, - Eu deixo que ele me chame «bochecha»".

Entretanto já escolheu um diminutivo, também!

Competições de Marchas

O puto ontem, para variar, foi marchar outra vez. Quando chegou, perguntei-lhe como foi. Ele respondeu:

- "Olha, mamã, nos arcos ganhámos! - (não havia competição nenhuma) - Nós tínhamos 12, os da Graça tinham 8 e os de Santa Engrácia só tinham 4."

Então ganharam, pois então!

Esta Marcha é liiinnnddaaaa!!!!

Pensamento concreto

O magalhães permite-nos coisas engraçadas como mandar um mail ao puto.

No outro dia, o tio Mak enviou-me um mail a gozar com Cocas, o sapo (bicho que eu adoro!!) mostrando uma foto do sapinho caído no meio do chão sujo, morto pela gripe A (contraída através da Miss Piggy, claro!).


Achei giro e enviei ao puto!

Resultado:

Ontem, quando se foi deitar, depois de ver o mail, quis dormir com o Coquinhas e ficou a chorar porque não queria que ele morresse!!!

Enquanto não atingir o pensamento abstracto, nunca mais faço gracinhas!

Eles adoram fruta!!

O G sempre adorou fruta. Sempre comeu imenso e depois ainda tinha (às vezes, não sabia como) um lugarzinho para a fruta.

A D é igual... Com a fruta. É um pisco a comer e chega a haver refeições em que não come nada de jeito. Há muitas refeições em que só come fruta!!! Ou sopa e fruta, se tiver comido bem a sopa.

Um dia deste mês, logo no início, não tinha grande fome mas queria fruta. Havia alperces e ela sabia. Comeu 3 alperces de uma assentada. Fez olho gordo às cerejas, comeu as cerejas. Depois pergunta:

- Então, o que é a fruta?

Regresso do Poder de Escolha

Ontem já foi aos "perdidos e achados".

Não estava lá nenhuma das coisas... Porcaria!

Próximo passo: falar com a professora de inglês para saber se ela sabe da capa dos trabalhos.

Quem é que guarda uma capa com trabalhos e identificada?! Que parvoíce!!

E logo pela manhã de dia 13...

... já os putos estavam na RTP à espera que começasse mais um programa de televisão. Começou atrasado, como já é hábito. Mas pelo menos não foram lá só servir de cenário (como na maldita "finalíssima" do Goucha e da Júlia, a desoras...).

Esta marcha é linda!!!

Só um cheirinho do que foi o desfile na Avenida da Liberdade...

Actuação na Voz

Saída da Marcha Infantil, depois de uma entrada e actuação às escuras para se verem bem as velinhas dentro dos arcos (porque no Pav. Atlântico não se viu nada).

Afinal castiguei-o...

Sempre disse que não usaria de castigos na educação dos meus filhos... Mas...

A verdade é que o puto, de vez em quando, precisa de uma motivação para fazer certas coisas.

Já há mais de 2 semanas que perdeu um casaco de ganga na escola. Poucos dias depois perdeu uma capa com trabalhos de inglês e nada fez, até agora, para os encontrar!!

Ontem irritei-me quando vi as folhas todas amarrotadas na mochila (por não terem pasta onde ser guardadas) e fi-lo ir ao senhor da portaria perguntar onde ficam os "perdidos e achados".

O tonto do puto, com o senhor a perguntar o que ele queria e eu à espera, só soube dizer "tenho vergonha" repetidas vezes e não perguntou nada. Passei-me! Disse-lhe que não era eu que tinha de resolver os problemas dele e castiguei-o.

Enquanto as coisas não aparecerem (ou ele esgotar todas as hipóteses de as encontrar!) não tem poder de escolha!! Não pode escolher o filme, ou a história antes de deitar, ou onde vamos passear, onde vamos comer fora, etc... Acreditem, o nosso dia-a-dia é baseado em escolhas!

Hoje foi, sem nenhum problema, à portaria fazer a pergunta ao senhor...

A voz...

Quando o G tinha a idade da D (na sala dos 3 anos) a psicóloga do infantário resolveu estudar com eles os sentimentos e pensamento. Para isso inventou o conceito da "vozinha do pensamento" que eles ouviriam falar dentro da sua cabeça.

Desconfiei logo que o G não devia ter percebido patavina daquilo e resolvi fazer-lhe a conversa:

- Ó G, então e tu ouves a vozinha do pensamento falar contigo?
- Não, mamã, a avózinha comigo não fala!!

Ontem a D recordou-me este episódio quando viu passar a carrinha da Voz do Operário e disse-me:

- Olha, mamã, a carrinha dos avós!

Visão matinal

Dormimos até às 10h...

No campo de batalha, era este o cenário de horror!!

Só havia uma forma de retaliar: a ameaça!

"Não há pequeno-almoço enquanto não arrumarem tudo!!"

Resposta pronta

- Tu já és uma menina crescida.
- Apesar disso os meus pés são pequeninos.

Ainda numa de namorados...

Hoje a D andava pela casa a dizer que o namorado se ìa chamar António Cunha (ahahahahah :D) e reforçou o facto de ele ter de lhe dar beijos na boca!!

No Pavilhão Atlântico foi assim...

Falando de namorados...

Diz a D:
- Eu também vou ter um namorado. Mas um que goste de dar beijinhos na boca, que o mano não quer...

Estava inspirado o puto...

A contar um sonho:
- "Depois tinha lá uns «aranhoços» e eles começaram a atirar uns «nojos». Mas o «aranhoço» era meu amigo...

Mais tarde:
- O último Pai Natal que eu vi era muita feio, tinha cara de betadine!
(lá explicou que era a cor do betadine, aquele amarelo metálico)

Vá, descansem agora que a noite de ontem foi agitada...

Caverna?!

No estacionamento do Vasco da Gama, G vê um sinal de proibido fumar e comenta:

- Proibido fumar? Toda a gente sabe que é proibido fumar nas cavernas! Não era preciso pôr o sinal.

Marchas Populares II

Claro que, quando o puto se lembrou de querer ser marchante, já não podia...

Já estavam a ensaiar há alguns tempos e os fatos já a serem costurados.

Ele ficou tão triste que nem quis contar ao pai à minha frente (combinou falar com ele à noite, por sorte nessa noite eu tinha reunião).

Ontem cheguei à escola e, na sala de ATL:

- O G ainda quer ir para a Marcha?
- Sim, acho que sim.
- Desistiu hoje um menino. Vou já falar aqui com o responsável!

Resultado:
Um sorriso de orelha a orelha, um brilho fantástico naqueles lindos olhos e meia hora à espera até acabar o seu primeiro ensaio.

Momento surreal

No carro à vinda para casa:

D: - Olha o lago!!

G:  - É o mar.

D: - O lago.

Mamã: - É o mar, D. Os lagos são mais pequenos. Qualquer dia vamos ver as lagoas à Serra da Estrela.

D: - Mas tem maus...

G: - Não é Guerra das Estrelas, D, é Serra da Estrela.

Cresce e aparece...

Já tem um magalhães. Desde 6.ª feira...

Está com uma atitude...

"É o meu computador, eu ligo se eu quiser..."

Aiaiaiaiai...

:)

O magalhães é fixe, traz jogos giros de inglês e das matérias que eles aprendem na escola.

Bolo de iogurte

Amanhã será o "Dia dos Avós" no infantário da D...

Os putos da sala dela hoje fizeram um bolo. Diz-me ela:

- E sabes do que era o bolo, mamã?
- De quê?
- De iogurte... de FLOR!! Eu gosto!

O G chamava-lhe iogurte de nuvem...

Marchas Populares

Aqui há tempos, mandaram um recado da escola do G (Voz do Operário) a perguntar se o queríamos inscrever nas marchas infantis.

Eu inscrevia-o logo!! Mas claro que lhe perguntámos a ele.

O pai andou a fazer-lhe a cabeça com preconceitos e o puto não quis ir. Eu sempre achei que ele ia adorar porque o puto adora dançar (felizmente!, ao contrário do pai) e, quando era bebézito, eu levava-o para os ensaios das marchas infantis e ele dançava imenso!!

Hoje de manhã chegou todo dengoso ao pé de mim a dizer:

- Mamã, eu afinal quero ir para as marchas...

Aprendi uma expressão nova!

É engraçado como os putos, quando aprendem uma expressão nova, têm tendência a usá-la em praticamente todas as frases que constroem...

Lembro-me do G a dizer "afinal" em todas as frases, no início, pelo meio ou no final.

A D agora aprendeu "à medida":

- Mas à medida que eu não gosto!!

Fada do Dentinho

Cairam os 2 dentinhos incisivos inferiores do G enquanto foi de fim-de-semana a casa da tia C.

Ele fez bem por isso! Desde que começaram a abanar que ele não os largava e, quase todos os dias, me dizia que ainda não tinham caído.

Um deles deve tê-lo engolido... Não estava na tigela do Chocapic nem em sítio nenhum por perto. O segundo enrolaram-no num papelinho e puseram-no numa caixinha.

O puto estava em pulgas! Enquanto se vestiu, lavou os dentes e se preparou para deitar, perguntou-me algumas 50 vezes onde estava o dente (que eu tinha guardado).

Lá pôs a caixinha debaixo da almofada e imagino que deve ter tido dificuldade em adormecer...

Eu tinha comprado um livro giro - "A grande história dos meus 6 anos" - que tinha a ver com o crescimento e tal... Quando olhei bem para o livro (comprado à pressa na Fnac enquanto eles andavam com o papá), era a versão para meninas!!! Opá, que chatice!!

O papá sugeriu pôr a típica moedinha (ou uma nota) mas eu não queria. Queria que fosse algo que ele pudesse guardar, mostrar e recordar. Andei feita tonta à procura e lá encontrei um livro de BD da história do João Sem Medo que ele nunca tinha visto. Desenhei um dente e pus a data como dedicatória da Fada e troquei-o pelo dentinho.

Às 5 e meia da manhã o G vem ter comigo a dizer:

- Mamã, já não está lá a caixinha.

O que ele queria dizer não era isso... Era que não estava lá nenhuma prenda. Ou ele não a viu! Disse-lhe que víamos isso de manhã e mandei-o dormir.

De manhã apareceu agarrado ao livro a dizer:

- Sabes, mamã, era este livro. Por isso é que a Fada não o pôs debaixo da almofada. Deixou-o ao lado porque é grande.

Levou o livro para a escola para mostrar e, no carro, ainda dissertou sobre o facto de haver prendas que não são oferecidas por ninguém da família... São-no por Fadas!!

Dicionário da D - parte III

cotonetes - Poconetes

Bela Adormecida - Bela Amudecida

Fada Madrinha - Fada Maguinha (magrinha)

Relatividade...

Ao pequeno-almoço em casa da avó. Diz a avó para mim:

- "O papá foi buscar a D.ª O." (uma senhora amiga)

Diz logo a D com a esperteza dos seus 3 aninhos:

- O avô é que foi!! - e completou:

- Puque se o pai está aqui...

Segurança em casa

Ontem devia ter ido a uma reunião. O papá nunca mais chegava para eu poder sair. O G sabia da minha reunião e, ao jantar, disse-me:

- Ó mãe, tu não nos podes deixar sozinhos!
- Não, amor?
- Não. Porque o ladrão pode tocar à campainha e nós pensamos que é o pai e abrimos.

Respondi-lhe que não podem abrir a porta ao lobo mau nem que ele disfarce a voz e finja ser a mamã cabritinha. Depois fi-lo repetir 3 vezes "Quando estamos sozinhos em casa, nunca abrimos a porta a ninguém."

Ele ficou calado um bocado e depois disse:

- Ainda estou a pensar no que fazia se o ladrão viesse quando estávamos sozinhos...

Depois contou uma história fantasiosa em que "fugia", "batia no ladrão", etc.

Que comeste hoje?

Todos os dias o papá pergunta aos putos o que comeram durante o dia. Não é nada controlador mas, como o G sempre foi muito comilão, era um bom assunto para o jantar.

A D já considera esse assunto como uma obrigação e ontem disse:

- "Mamã, ontem não disse o que comi! Hoje digo."
- "Diz lá."
- "Hoje o leite foi com lama. A lama do leite é branca. É assim como eu não gosto! Mas eu não bebi... O resto não tinha, mas o tanto tinha."

Este é um discurso típico da verborreia da D. Ela começa a falar e diz coisas deste género. Sem pausas pelo meio e difíceis de entender...

Glossário:
lama - nata (acho eu!)
assim como eu não gosto - não gosto assim
resto - menor parte
tanto - maior parte

É fácil!

Trouxe de Serpins um bolo bom chamado "lontra". A D provou e disse:

- Ó mamã, eu sei fazer este bolo!
- Ai, é?
- É só pôr farinha... (momento de reflexão) ...Farinha é aquele sal branco!

E linguou-se toda a comer o bolo!!

Novos conceitos

Na semana passada a D inventou um novo conceito.

Ela lambe os lábios quando estão sujos e diz que está a "linguar". Ontem perguntou-me:

- "Mamã, tu também sabes linguar?"

Parecenças...

A caminho da casa das avós temos esta paisagem...

Um dia um deles sai-se com esta:

- Olha, parecem muitos "gatos de chapéu"!!

Apresento-vos o "Gato do Chapéu"!! Um personagem hilariante do fantástico Dr. Seuss que vive uma história deliciosa com duas crianças.

Todas as crianças deviam conhecê-lo!!!

Olha, Mamã, desenhei um sol!!

D

Vicks Vapo Rub

O papá ontem resolveu pôr Vicks Vapo Rub no puto crescido antes dele se deitar. Resolveu prepará-lo antes dizendo-lhe:

- Olha que isto cheira a eucalipto, podes não gostar.

Diz o puto:

- Ainda se fosse a Calippo...

Ensino regular

O G anda numa escola onde ensinam através da aprendizagem activa (as crianças descobrem, investigam e aprendem aquilo a que se propõem). São responsáveis pelas suas próprias aprendizagens. Para além disso aprendem a ler através do método global (Escola Moderna). Pouco tem a ver com o ensino tradicional.

Hoje, na Ilha das Cores, estavam a dizer a cantilena da tabuada. Comentário do puto:

- Olha, parece uma escola de robots!

Concordámos com a analogia...

De férias...

Férias da Páscoa... O G soube que tinha férias na 6.ª feira e ficou chateado quando lhe disse que teria de ir para a escola porque temos de trabalhar.

Queixou-se várias vezes que não tinha nada para fazer lá, que era só "estar no recreio" e até começámos a pensar em alternativas (tirar algum dia para ficar com ele, falar com a avó L para que ele fosse lá passar um dia no emprego dela, etc.).

Pus-me a pensar e verifiquei que ele nem tinha sequer passado as férias do Natal na escola (eu tirei férias nessa altura) e só esteve no ATL o dia inteiro no dia a seguir ao Carnaval e num dia de greve de professores.

No final do dia perguntei à moça do ATL qual o programa para as férias. Ela falou-me de passeios ao Parque da Serafina, pic-nic's, passeios de barco, etc. O G apareceu. Trazia um bilhete a informar de um passeio no dia seguinte.

Contou-nos que iria de eléctrico até ao Jardim da Estrela no dia seguinte e que lá fariam um pic-nic. Perguntámos-lhe:

- "Então não tinhas dito...?"

Não nos deixou acabar. Respondeu muito rápido:

- "Mudei de ideias!"

Private joke: Mudar de ideias é uma coisa da vida. Temos de nos habituar às coisas da vida.

Sai à mamã dela!

Já vínhamos para casa. Os putos a pensar, com certeza, no que ìam fazer e brincar e a D sai-se com esta:

- Mamã, hoje podemos fazer a nossa árvore de Natal?

Hoje de manhã ela encontrou o barrete de Pai Natal e quis levá-lo para o infantário. E porque não montar a árvore? É tão giro! Fiquei sem saber como explicar-lhe que não se montam árvores de Natal em Março... Porque não? Respondi-lhe:

- Hoje não. A mamã tem de fazer o jantar.

Eu bem monto a árvore no 1.º de Novembro para aproveitarmos bem a época... Se calhar temos de a montar ainda noutras alturas do ano. E ouvir as canções de Natal também, já agora!!!

Cantigas

À chegada ao parque a D contou que a E lhes tinha ensinado a música do Capuchinho Vermelho. Ela não se lembrava da música. Comecei a cantar. Quando já ìa nos últimos versos, ela diz:

- Mamã, saltaste uma página!

Passear?!

Fui buscar a D ao infantário. Quando ìamos buscar o mano, ela pediu colo.

- Colo? Porquê?
- Puque eu sou pequenina.
- Mas a mamã está cansada...

Ela calou-se. Eu continuei:

- Eu estava a pensar levar-vos a passear mas se tu estás cansada...

Ela olhou para mim.

- Tu é que estás cansada!!

Filmes...

Num filme de domingo à tarde, um casalinho chateou-se e rompeu. O G viu e comentou:

- "Agoras ficas a pensar nisso!"

Tamanhos

O papá e a mamã são grandes.

O mano é médio.

A D é pequenina.

E a D ontem dizia:

- "Mamã, quando eu for média..."

No coment II

- "Ei, a minha cadeira deu puns!"

Esta é nova!!

A D inventou uma nova moda lá em casa.

Cada vez que estamos, calmos da vida, sentadinhos no sofá, a safadinha pede qualquer coisa:

- Quero água! Qué xixi! - ou outra semelhante.

Nós, papás e mano amigos, vamos sempre ajudá-la.

A gaja faz o que tem a fazer e desata a correr!!!

Vai SEMPRE sentar-se no lugar que nós ocupávamos!!!! E fica a rir...

Precisamos de um sofá maior...

"Tevisão" nova?

A nossa televisão (que nem é nossa...) está meio estragada. Volta e meia apaga-se e temos de lhe dar uma pancadinha para ela "acordar". Já várias vezes a D se revoltou com esta situação. Um dia chamou o papá:

- "Ó pai, vem bater um bocadinho na tevisão que ela está estragada!" (24/1/2009)

Entretanto comprei uma capa de sofá nova e ela adorou. Acha que o sofá vermelho, em vez de verde, fica muito melhor! "Na outra manhã" dizia-me:

- "É melhor tu compares uma tevisão vemêlha como o nosso sofá."

No parque

Fomos fazer um pic-nic.

Encontrámos uma placa. O G leu o que lá estava escrito direitinho.

A D também quis ler. E leu:

- "O parque é bom para as meninas só que os meninos depois vêm!"

2.ª ida ao dentista

A primeira foi com 3 anos. Esta vez é que foi a sério!!

Com direito a radiografia "panorâmica", conversa sobre playstation e sem a mamã a mediar a relação.

Um puto crescido!!!

1.ª ida ao dentista

Descrição dela:

- "Abe e fecha."

Conclusão dos doutores:

- "Portou-se lindamente!"

Em inglês...

A D pediu-me qualquer coisa. Disse-lhe:

- Não temos. Temos de comprar no Lidl.

- Lidl? Lidl people?

Na outra manhã

Eis a expressão que a D usa para designar "no outro dia"!

Julgo que é uma generalização de "amanhã" - se se usa "a manhã" para designar o próximo dia, todos os dias poderão ser "manhãs".

Conjugação verbal II

- Na outra manhã posso subir ali, mamã?

- Podes, pois.

- O mano íu e eu não.

Mentes que brilham

A avó I veio a nossa casa. A D queria mostrar-lhe tudo. Começou a conversa logo depois de passar a porta do prédio:

- Vês? A nossa casa tamém tem escadas!
- Pois tem.
- Estas escadas deram na minha escola.
- Ai foi?
- Foi a E que deu e pôs num saco.
- ...
- E nós trouxemos.
- Ah...
- E estes chãos tamém!

Conclusão: ...só entrando naquelas cabecinhas...

Irrível

Eis uma palavra que eu não percebia o significado...

Cada vez que ela a dizia eu pensava que seria "terrível" ou "horrível". A verdade é que nunca fazia sentido!

Ontem, ao chegarmos a casa, o G escolheu o filme que "os dois gostamos" e a D quando o viu exclamou:

- Sim! O Irrível!

Olhei logo. Até me deu vontade de rir: os Incríveis!! Eles adoram a Mulher elástica, o Sr. Incrível e os filhos Flecha (que o G diz ser), Violeta e Zezé.

Viram o filme e ela reiterou o que já antes tinha decidido:

- Mamã, eu sou a Roxa!

O tio V

Hoje o G acordou bem disposto. Disse-me:

- Tive um sonho muita giro agora.

Depois contou-me:

- Íamos correr às voltas e depois quem corresse melhor, ganhava. E sabes quem ganhou?

- Foste tu.

- Pois fui, sabes porquê?

- Porque foste o que correu melhor.

- Não, mamã, porque era o tio V que estava a escolher quem ganhava!

Nota: O tio V é super bem-disposto e ofereceu-lhe uns óculos de sol no sábado (ele trabalha na Chillibeans). O G ficou rendido aos seus encantos, até me veio perguntar como é que se dizia "chillibeans, chillibeans" que o tio V lhe tinha dito para dizer na escola.

Outros hábitos

A pequena A andava radiante com o facto de ter vindo passar uns dias a "casa de uns amigos". Esteve sempre muito atenta a tudo o que fazíamos e à forma como o fazíamos. É uma das lições importantes que as crianças aprendem quando os pais lhes dão a oportunidade de conviver de perto com outras pessoas: há formas diferentes de ver, fazer e viver a vida! A ela isso não lhe passou ao lado...

Dei banho às duas meninas ontem à tarde.

Primeiro dei à D da forma que sempre faço. Enquanto a D ficou embrulhadinha na toalha, dei banho à A. Depois de ter visto a D tomar banho de pé, perguntou-me:

- Esta banheira não dá para sentar?

Lembrei-me do G quando era pequenino, que tinha medo do chuveiro. Só já com a D (depois dos seus 4 anos) é que começou a tomar banho de pé. Certifiquei-me que ela não tinha medo do chuveiro e dei-lhe banho.

Quando a tirei da banheira, ela diz-me:

- Agora tens de fazer como fizeste à D.

"Está bem", pensei. Vesti-lhe o roupão do G, sentei-a no banquinho, embrulhei-lhe uma toalha nas perninhas, a tapar as mãozinhas...

- E agora tens de dizer o que disseste à D!

Agora é que me apanhaste!! Sei lá o que disse à D! Perguntei-lhe o quê e ela, por 2 ou 3 vezes, insistiu em não mo revelar. Lá deve ter chegado à conclusão que eu não chegaria lá e revelou:

- Da velhinha.

- Ah! Pareces uma velhinha aí sentadinha com as perninhas enroladas.

A desviar as crianças...

Lindo dia!

Saímos para passear, fomos até à Quinta Pedagógica com os 3 e tirámos fotos giras.

Para almoçar... Hmm, até podíamos ir ao McDonald's. Lembrámo-nos de uma conversa entre a A e o G logo pela manhã:

G: - Vês este transformer? É do McDonald's.
A: - Deram-te, foi?
G: - Sim, fomos lá comer.
A: - E eles deram-te?

Achámos melhor telefonar aos pais da A a perguntar...

Nunca tinha ido. Estreámo-la no McDonald's, quem sabe se na fastfood... Sentimo-nos um bocadinho bastante mal com isso ao início. Depois pensei nela com 14, 15, 16 anos... Vou-lhe dizer: "Olha, lindinha, se não fôssemos nós chegavas aos 5 anos sem ter comido no Mac!" Ainda nos vai agradecer.

Ganhou um carimbo do gato preto da Pucca. Ficou toda contente!

A pequena A

A: - Ah, vocês têm uma torradeira!
Papá: - Pois temos!
D: - Na nossa escola também há.
Papá: - E elas fazem torradas para vocês?
D: - Não, fazem para as professoras.
A: - E depois nós pedimos, mas elas... depois dão!

Filhos dos outros

Às vezes o sobrinhito R passa férias connosco...

Já sabemos que temos de ter atenção porque os hábitos dos outros miúdos (que não os nossos) podem ser bastante diferentes do que estamos habituados.

R, por exemplo, não está nada habituado a andar em cidade, com passeios, carros e passadeiras. É preciso levá-lo sempre de mão dada!

A pequena A, pelo contrário, quando atravessámos a nossa primeira passadeira juntas (entre o infantário delas e a escola do G), ainda eu estava à sua procura para lhe dar a outra mão (uma já tinha a D) quando a ouvi atrás de mim:

- Ai, uma estrada! Eu não posso atravessar estradas sozinha. Sou pequenina, tenho de dar a mão!

Amigos em casa

Ontem ao jantar informei os putos que a filha da "tia" M vinha passar o fim-de-semana connosco. Estava a pensar pôr a pirralha a dormir na cama da D e a D dormia na cama de viagem. Logo que lhes disse que a pequena A vinha cá dormir, diz a D:

- Que bom! Mas não dorme na minha cama.

Soro fisiológico

A D sempre gostou de pôr soro fisiológico (desde que também ponhamos algumas gotinhas na boca). Por outro lado, não gosta nem um pouquinho da água do mar, aquela que se compra na farmácia para diluir as secreções.

E explica-se assim:

- Olha, soro! Eu gosto. Gosto deste soro, o dos macacos. O soro do ranho eu não gosto! Blhéc. Só gosto do soro dos macacos.

No coment

D: - Hmm... Tem manteiga! Foste tu que "pôste"?
Mamã: - Não, foi o papá.
D: - E depois emprestou-te?

Mau humor matinal

O G tem andado com uns maus humores de manhã que consegue pôr-me logo maldisposta.

Hoje acordou, chegou ao pé de mim (que estava a vestir a D), eu disse-lhe "Bom dia" e ele respondeu-me:

- "O fecho daquela roupa ontem já estava a estragar-se. Queres que eu hoje acabe de o estragar, é?"

Fiquei parva com aquilo!!

Isto porque lhe pus para vestir a mesma camisola do dia anterior que, por ele roer a fitinha que está agarrada ao fecho do decote, a fita começou a desfiar. Tive de ir lá ver a roupa para saber sequer do que o puto estava a falar. E todas as manhãs ele acorda com uma destas!

Desconfio de falta de sono... Vai começar a deitar-se mais cedo todos os dias...

Dicionário da D - parte II

Cômador - computador

Bugulha - borbulha

Despertar...

No Vasco da Gama, ao passarmos pela montra da Berschka, reparei que estavam os manequins todos despidos com uns painéis de "saldos" em frente do corpo (com as cabeças a espreitar por cima). Disse ao G:

- Olha, os senhores estão nus. Esconderam-se ali atrás.

Ele ficou a olhar. Continuámos a andar e ele a andar para a frente e a olhar para trás (como faz tantas vezes apesar das turras que já deu). Reclamei com ele e ele responde muito calmo:

- Estava a tentar ver as maminhas da miúda.

Namorados e beijos na boca

O pai foi despedir-se da D e de mim à casa de banho. Deu-lhe um beijinho a ela e um beijo na boca a mim. Como é hábito, a D ficou toda envergonhada de ver os pais beijarem-se. E diz-me:

- Os namorados dão beijos na boca.
- Pois é. O papá é namorado da mamã. - disse-lhe eu.
- Eu é que sou! - diz-me ela.
- Namorada do papá?
- Não! Tua. - e fez um beicinho.
- Queres um beijinho? - ela fez que sim com a cabeça.

Dei-lhe um beijinho na boca. Ela diz muito depressa:

- O mano também quer! E depois vai dizer blhéc.

Grande trabalheira

No carro, G conta-nos o seu dia de escola...

- Ah! E a R (a professora) não me deu o fio de lã que eu fiz! Eu fiz e ela pediu-me e depois não me deu.

Ficámos intrigados - "Fizeram um fio de lã? E foi assim tão difícil?". Pergunta-lhe o pai:

- Então e não podes arranjar outro? Como é que o fizeste?

Diz o puto:

- É fácil! Olha, pegas num novelo e puxas. Depois pegas numa tesoura, cortas. E já está!

A sua primeira história

"Era uma vez um golfinho que saltou tão alto que foi ter ao zoo."

Um novo mundo... com a leitura.

G já anda de olhos postos em tudo a ler as coisas mais estranhas pela rua...

No outro dia diz calmamente ao olhar pela janela do carro:

- Olha, a Diatra!

Pedimos-lhe que repetisse não sei quantas vezes até decidirmos olhar e era uma loja com esse nome. E ele a fazer-se de entendido (como se conhecesse e estivesse a falar de algo muito banal!).

Ao jantar, há uns dias, enquanto G se esforçava por ler qualquer coisa estranha de um rótulo de uma garrafa, diz-lhe o papá:

- Já que queres tanto ler, porque não lês uma história de um livro?

- Não quero, eu quero ler coisas "a sério".

Comer gominhas... mas com respeito!

No dia 13 o melhor amigo da D fez anos (4 já!) e ofereceu aos amigos aqueles famosos saquinhos com doces.

Levámos o saquinho e a D, depois de designar o chupa para o mano, resolveu pedir-me uma goma. Dei-lhe um ursinho cor-de-laranja. Ela pegou nele e disse-lhe:

- Olá! - e o ursinho respondeu (numa voz fininha):
- Gosto muito de ti. - e ela perguntou-lhe:
- Posso-te comer?

O ursinho cor-de-laranja respondeu que sim e ela comeu-o. Depois pediu-me outro. Dei-lhe um azul. Passou-se a mesma cena. O terceiro, o ursinho vermelho, já não lhe disse que gostava dela. E, depois de já ter respondido que ela o podia comer, aproveitou a confusão do "põe na cadeira do carro, aperta cintos", para saltar da sua mãozinha e escapar-se.

Foi um ursinho muito maroto e ainda viveu mais essa noite. Encontrámo-lo de manhã e ele cumpriu o que já tinha prometido: deixar-se comer pela D.

Ela tão querida, com tanto respeitinho e este abusado aproveita-se!!! Ele há coisas!!!

Pedir uma pizza

Às vezes não apetece mesmo fazer jantar...

Então podemos pedir uma pizza.

A primeira vez que o fizemos o G estava a estranhar ninguém se estar a preocupar com o jantar. Não me viu telefonar e nós só lhe dizíamos que não queríamos fazer jantar, não nos apetecia...

A certa altura, tocam à porta e vem um senhor entregar uma pizza! E diz o G:

- Que sorte!! Logo hoje que não tínhamos jantar!!!

Ele tinha uns 4 anitos... Nem sei dizer se ele agora já sabe o que acontece realmente...

Conversas de jantar...

I. Adivinhas

A tentar adivinhar um filme que o G tinha visto na escola, a D decide participar:

- Eu também tinho* um filme de música...
Com um senhô vêde e um olho gande...
E uma boneca...
Que sou eu!

Adivinharam o filme dela?

II. Milagres da criação

D: - Eu estavo* na barriga da mamã.
Papá: - Pois. E o G também.
D: - Não, o mano estava na tua.
Papá: - Na minha não, a minha só serve para ter o umbigo.
D: - Sim, sim, puque eu é que sou a amiga da mãe e o mano é o teu.

*ver post sobre Conjugação verbal de 26/11/2008