Questões práticas

pai do M: "M, não te sujes a lavar os dentes."

M: "Não te preocupes, pai, nem encontrei a pasta!"

Príncipes e princesas

Enquanto víamos o filme do Inspector Gadget reparámos numa "máquina que fazia senhoras" (como lhe chamou o G). O pai disse logo que isso era uma coisa muito jeitosa e começámos a gozar:

- «Podíamos ter uma para fazer a comida.»
- «Outra para limpar a casa.»
Etc. Etc.

Diz a D como quem não quer nada:

- «Olha, se essa máquina fizer meninos, eu quero um.»
- «Para quê?»
- «Para ser meu namorado, claro. E se ele me disser "Casas comigo?" eu digo logo que sim!»

Hermanos marchosos

Apanhámos em Lisboa uma corrida de marcha atlética. G viu algum deles com uns ténis fixes e comentou:

- "Gostava de ter uns ténis daqueles."

Diz logo a sabichona:

- "Para andares mal como eles?"

Conversas de jantar

Estávamos a falar de nomes de cães. Eu disse que todos os cães do meu tio eram "Kurika" até que, quando mudou, arranjou um cachorrinho lindo e chamou-lhe "Khadafi". Começámos a parvejar sobre outros nomes:

- «Savimbi.»
- «Saddam.»
- «Salazar.»

Até que eu disse:

- «Olha, são todas com "Sa".» - E diz o G:
- «E com "v".»
- «V?»
- «Sim, Savam.»

Ao lado...

D, 4 anos: «Mãe, os chouriços-cacheiros são perigosos?»

MJ, 4 anos: «Mãe, apetece-me beber água. Vamos ao "javalis".»

Sabedoria infantil

P: «Os relâmpagos são fios eléctricos que ligam o céu à terra.»

Autoconhecimento

"Ó mãe, eu sempre tentei com um olho olhar para uma coisa, e com o outro olhar para outra. Mas nunca consegui..."

By D

Amamentação

"O leite dos pais não deve ser muito bom. Os bebés só bebem o leite das mães."

Cantarofalando

- Vamos almoçar aqui, mãe?

- Não.

- Então o que é que viémos cá fazer?... Giroflé, giroflá...

By D

México

Falou-se no México e diz a D, com um ar saudosista:

- "Gostava tanto de ir ao México..."

Ficámos bastante curiosos. Perguntámos logo porquê.

- "Então? Para conhecer o Speedy Gonzalez!"

Muito espertalhona

- "D, tens de comer a salada."

- "Eu como no fim."

- "Para muitas pessoas, as saladas costumam ser a entrada."

- "Para mim, a salada é a saída."

Madrugada

Na casa de banho às 1h30 da manhã, acabada de chegar do concerto dos Bon Jovi, ouço a vozinha dela atrás de mim:

- "Bom dia, mãe!"

Filha de um amigo (4 anos)

- Tu tens avó?
- Não, filhota, a minha avó já morreu.
- Mas tens mãe: uma pessoa não pode viver sem mãe.

Armado em esperto

- Ai, é? Amanhã vão à Praia das Maçãs?
- Sim.
- Essa praia fica ao pé da...
- Em Sintra, mãe.

P no arraial do Infantário

- "Vamos comprar umas rifas?" - pergunta-lhe a mãe.

- "Sim. Nunca provei."

Truques de magia

No Zig Zag, o Pedro ensinou um truque de cartas em que, antes ainda de se escolher uma carta, o mágico escreve num papel que carta é que a pessoa vai escolher. O G (que adora truques de cartas) está fora durante alguns dias e eu comentei:

- Que pena o G não aprender, ele ia adorar este truque.

- Não é nenhum truque, mãe. - esclarece a D.

- Não é? Porquê?

- Porque ele escreveu num papel, não viste?

- Então é o quê? - e eu esperava que ela dissesse que era mesmo magia a sério. E ela diz, bruta:

- É batota!

Mistérios

O G comprou na Feira do Livro um livro de mistérios/enigmas que temos de descobrir em cada história.

Ao jantar conversávamos sobre isso e sobre enigmas que jogavam com as páginas dos livros (em que as pessoas tinham de topar que os livros não podem ter determinado número de paginas, por exemplo). E diz o pai para o G:

- "Um menino roubou um livro de 111 páginas. O que está mal?"

- "Não se deve roubar!"

ihihih

Na apresentação do projecto do livro de turma do G, duas das miúdas (3.º ano) tiveram um ataque de riso.

Hoje enviaram ao "pai do G" um pedido de desculpas dizendo estarem nervosas. Diz a D:

- "Ah, eu pensava que alguma delas tinha dado um pum."

Quase...

O papá ajudou a turma do G a fazer um livro de turma. Ficou o máximo!

Os putos agradeceram-lhe publicamente e ofereceram-lhe um poster em que cada um escreveu um agradecimento e desenharam para ele. Ele decidiu:

- "Está mesmo bonito. Vou comprar uma moldura."

E a D completa:

- "Para depois moldares isso."

Barbeiro

Depois da história do Macaco do rabo cortado, a D contou esta:

- "Sabes, pai? O I foi ao barbeiro. Como ele não tem barba, o barbeiro cortou-lhe o cabelo!!"

Desconfiamos que ela acredita que o barbeiro é um cortador incontrolado...

Morfologia das palavras

A D anda empenhada em poupar moedas no seu porquinho para comprar uma Barbie.
Hoje encontrou uma moedinha no parque.

- Mamã, encontrei uma moeda.

- Guarda para pores no teu porquinho.

- Porquinho?

- Sim, o teu leitão - disse eu a brincar. - E ela a pensar alto:

- Leitão?... Não tem nada a ver com leite...

Nada é impossível

Disse aos putos que queria pintar o cabelo. Perguntaram-me de que cor. Não resisti a uma brincadeira:

- "Acho que vou pintar de cinzento. Ou de azul."

Diz a D, mais a pensar alto do que a responder-me:

- "De cinzento ficas uma avó... De azul pode ser."

Visitas

Estávamos a combinar que sítios em Lisboa podíamos visitar. Falei-lhes do Convento do Carmo:

- "É giro. É um convento sem telhado."

Diz o G:

- "Ah... (pausa) Podemos ir no verão? É que eu prefiro."

Inocentes II

Depois do banho, embrulhei a D numa toalha e disse-lhe:

- "Assim na cabecinha, até pareces uma freira."

- "Nem sei o que é uma freira." - disse-me. Não sabia bem como explicar e saiu-me isto:

- "É uma senhora que reza muito e não tem filhos."

- "Se calhar, não tirou o quadradinho, mãe." - explicou ela referindo-se ao adesivo anticoncepcional. E ainda acrescentou:

- "Pode pensar que é só para os dói-dóis."

Imaginário...

No carro, D brincava com um telemóvel.

- "G, qual é o número do Sr. Urso?"

- "134."

- "1... 3... 4..."

- "Ai, não! Esse é o da Sr.ª Zebra. O do Sr. Urso é 124."

T.P.C.

- "Mãe, sabes uma palavra com 'vr'?

- "Vredade, não conheces?"

- "Vá lá, mãe."

- "Vrum, vrum é um carro. Vrum."

- "Boa, mãe. É com N ou com M?"

Acabámos por encontrar «livre». Acabei de reparar que «palavra» também é.

3D

- "Mãe, o que eu gosto mais do cinema é apanhar as pipocas que saem da televisão." - D

Ir ao cabeleireiro

O puto precisava de cortar o cabelo e estávamos a preparar-nos para ir até ao centro comercial. Ele tinha dois pares de ténis novos e perguntou:

- Vamos ao cabeleireiro? Já sei que ténis vou levar.

Diz a D:

- Para quê? Não é para fazer nada com os pés.

Jet set

Num programa de jet set há sempre uma personalidade, escondida atrás de uma máscara do Michael Jackson. que no final é revelada. Depois de revelada, a apresentadora perguntou-lhe:

- "Trocavas a tua vida pela do Michael Jackson?"

Eu comentei que era a pergunta mais estúpida que já tinha ouvido e o G rematou:

- "Pois, se ele nem sabe cantar."

Rasteiras do inglês

A autora foi a filha de uma amiga:

- "Mãe, deixa-me ver a marmelodi (Mermaid Melody). Eu vou ser a bosta pérola rosa (Voz da Pérola Rosa)."

Inocentes

O filho de uma amiga chega a casa do infantário e diz:

- "Mãe, a V hoje esteve a falar do «corpo do mano» tem ossos."

Criaturas estranhas

Expliquei à D que o Unicórnio se chamava assim porque tinha um só corno.

Ontem, a ver um filme, comentou:

- Olha um unicórnio! Vês pai, ele ali a bater com o seu córnio?

Descobertas III

P partilha com a sua mãe:

- "Ó mãe, tu sabias que há duas nove-e-meias? Uma nove-e-meia de manhã e uma nove-e-meia à noite."

Fui ao multibanco

D: - "O que estás a fazer, mãe?"

Mamã: - "Estou a pagar a luz."

D: - "A apagar a luz?!"

Census 2011

G: "O quê que é isso dos Census, mãe? São as novas pastilhas?

Cansadinha...

Decidimos ir a pé até à piscina. Diz a D, a meio do percurso:

- "Ir a pé dá mais canso. É por isso que eu não queria ir a pé."

Quem é quem?

O pai chegou a casa e disse na sala:

- "Epá, esqueci-me do carregador do telemóvel no trabalho."

Diz a D:

- "Pois, é assim, se tomasses conta das tuas coisas..."

Carnaval

O Carnaval é assim como os casamentos: os putos vestem-se todos bonitinhos e depois continuam a fazer todas as coisas que as crianças fazem (levantar saias, rebolar no chão, etc.).

Íamos pela rua quando eu disse:

- "Olha uma Branca de Neve deitada no chão."

E a D contextualiza logo:

- "Foi quando ela morreu."

Fora de contexto

O P e a A vieram passar a noite connosco.

Apanhei-os a ensaboar as mãos na casa de banho enquanto a torneira corria água à toa. Como sabia que já tinham falado nisso no infantário, perguntei à A:

- "Então? Tu não és amiga do ambiente?"

Pergunta o P muito rápido:

- "Quem é o ambiente?"

Carros com crianças

A D entra no nosso carro depois de ter passado o fim de semana com os avós. Constatou:

- "O avô B tem os tapetes do seu carro todos bem limpinhos."

(Des) Igualdade de género

Andávamos por Lisboa. G ficou para trás e, depois de esperar um bocado, olhei e vi-o a olhar para trás. Chamei-o. Veio ter comigo e diz-me:

- "Eu vinha a correr mas... Eu nunca tinha visto raparigas também penduradas no eléctrico."

O G foi a uma visita de estudo onde cada um pintou um azulejo. Perguntei-lhe se não o trouxeram para casa e ele respondeu-me:

- "Sabes porquê, mãe? Porque aquilo precisa de uns 1000 graus. Acho que só quando formos adultos é que os vamos receber..."

Afinal veio na semana seguinte.

Muitos erros?

O pai vai ensinando umas coisas ao puto.

- G, lembras-te do que é um ozalide?
- Não.
- Então, são as provas de um livro antes de mandar produzir, para ver se tem algum erro.
- Ah, já sei.
- Queres ver o ozalide dos cadernos da Monstrinha?
- Sim. E tem muitos erros?!

Roubar a Lua?

O Gru queria roubar a Lua.

A D achou que não era uma boa ideia:

- "Roubar a Lua? Depois já não vai haver noite e eles vão ficar cheios de sono de dia."